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Hikikomori: uma realidade emergente que espreita pelo buraco da fechadura

Atualizado: 22 de fev. de 2020




O presente artigo foi publicado originalmente no jornal o Público.


De forma a ser bastante cirúrgico, almejando prosseguir celeremente para o tema, creio ser inicialmente necessário definir o termo hikikomori. Assim, esta palavra tem a sua origem na língua japonesa e significa literalmente “isolado em casa”. O termo surge originalmente no livro Isolamento Social: uma adolescência sem fim, de 2013, sendo cunhado pelo autor do livro, psicólogo e investigador Japonês, Tamaki Saitõ​.


Tamaki acreditava inicialmente que o fenómeno poderia ser um problema desencadeado pela cultura japonesa, estando intimamente ligado a uma determinada percentagem de pessoas que, sucumbindo à pressão e ao trauma social, procurariam isolar-se nas suas casas e, mais particularmente, nos seus próprios quartos. Este fenómeno poderia decorrer naturalmente como efeito colateral de uma sociedade rígida, com normas sociais e expectativa de padrões altíssimos de estatuto e qualidade de vida.


Até ao presente parágrafo, o termo por si só já poderia gerar a sua curiosidade, contudo sugere tornar-se uma realidade até no nosso próprio panorama nacional. Admito que já sentia a necessidade de escrever algo sobre este tópico a partir do momento em que comecei a receber relatos de alguns clientes que, a determinado momento da sua vida, tinham passado por esta realidade. Todavia, nada me tinha preparado para o que ainda estava para vir, quando alguns familiares me contactaram desesperados devido a um jovem que tinha cortado completamente as relações com a sua família e que vivia 24 sobre 24 horas fechado no quarto, na maioria do tempo, a jogar videojogos.


Foi nessa mesma altura que comecei a estudar mais detalhadamente o fenómeno e percebi que já tinham soado os mesmos alarmes na Coreia do Sul, nos Estados Unidos e, mesmo aqui ao lado, em Espanha.



Todos os direitos reservados João Diogo Vedor ©

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